Como proteger o emocional dos filhos durante um processo judicial
- Camila S Santana
- 25 de out.
- 2 min de leitura
Durante um processo judicial — seja de guarda, regulamentação de convivência, divórcio ou alienação parental — é comum que as tensões e os conflitos entre os adultos acabem refletindo no bem-estar das crianças. No entanto, é essencial compreender que os filhos não devem ser parte do conflito, mas sim protegidos dele.
A forma como os pais lidam com esse período pode deixar marcas emocionais profundas, interferindo na segurança, autoestima e desenvolvimento afetivo da criança.
💬 1. Evite expor a criança aos conflitos
Conversas sobre o processo, desentendimentos ou acusações entre os pais não devem acontecer na frente dos filhos. A criança não precisa — e nem deve — saber detalhes da disputa judicial. O ideal é que ela sinta estabilidade emocional e segurança, mesmo em meio às mudanças.
💞 2. Mantenha a rotina e os vínculos
Rotina é sinônimo de segurança. Sempre que possível, mantenha os horários de escola, lazer e convivência familiar. Mesmo que o convívio esteja sendo reorganizado judicialmente, é importante preservar os vínculos afetivos com ambos os genitores, evitando punições emocionais ou afastamentos desnecessários.
🧠 3. Cuide do seu próprio emocional
Pais emocionalmente equilibrados conseguem oferecer suporte emocional saudável aos filhos. Busque apoio psicológico, converse com pessoas de confiança e não hesite em procurar um profissional quando sentir dificuldade em lidar com o processo. O autocuidado dos pais reflete diretamente no bem-estar das crianças.
🕊️ 4. Fale com verdade e acolhimento
A criança pode perceber as mudanças na rotina e sentir insegurança. Por isso, evite mentiras. Explique o que está acontecendo de forma simples e sincera, assegurando que ela não é culpada pela situação e que continuará sendo amada e cuidada por ambos os pais.
⚖️ O papel do Psicólogo Assistente Técnico
Durante processos de família, o psicólogo assistente técnico atua de forma independente e especializada, auxiliando os advogados e as partes a compreender os aspectos emocionais do caso. Esse profissional pode elaborar pareceres psicológicos, responder quesitos, e oferecer análises técnicas sobre o impacto emocional das disputas familiares, contribuindo para decisões mais humanizadas e protetivas às crianças.
🌷 Conclusão
Proteger o emocional dos filhos é uma forma de garantir que, mesmo diante de um processo judicial, o amor e a segurança permaneçam constantes. Mais do que vencer uma disputa, o verdadeiro objetivo deve ser cuidar da saúde emocional da criança e oferecer um ambiente onde ela possa crescer com afeto, estabilidade e respeito.
📍 Sobre a autora
Sou Camila Silva Santana, Psicóloga Jurídica – CRP 03/25621, atuante nas Varas de Família, Interdição e Infância e Juventude do Tribunal de Justiça da Bahia. Com mais de 700 processos analisados, experiência em Perícia Psicológica e Assistência Técnica, e formação em Escuta Especializada (Lei nº 13.431/2017), dedico minha atuação a promover uma Justiça mais humana, técnica e sensível.
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