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As consequências emocionais da alienação parental em crianças

  • Foto do escritor: Camila S Santana
    Camila S Santana
  • 10 de out.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 25 de out.

Quando o amor vira campo de disputa

A alienação parental ocorre quando um dos genitores ou cuidadores interfere na relação da criança com o outro, manipulando emoções, distorcendo fatos ou criando barreiras para a convivência.


Embora, à primeira vista, possa parecer um comportamento pontual, trata-se de uma forma grave de violência psicológica, com efeitos profundos e duradouros no desenvolvimento emocional da criança.


A alienação rompe um dos vínculos mais importantes da infância — a relação de confiança com as figuras parentais — e gera um conflito interno doloroso: amar um genitor e sentir culpa por isso.


Como a alienação parental afeta a mente da criança

A criança submetida à alienação parental vive um estado de lealdade dividida, sentindo-se obrigada a escolher entre os pais. Essa situação constante de tensão emocional desorganiza seu mundo interno e compromete o desenvolvimento de habilidades essenciais, como a confiança, a empatia e a estabilidade emocional.


Entre as principais consequências emocionais e comportamentais estão:

🧠 1. Ansiedade e medo

A criança passa a viver em alerta constante, temendo desagradar o genitor alienador. Isso pode se manifestar em pesadelos, crises de choro, agitação, dificuldade para dormir ou regressões comportamentais.


💔 2. Culpa e confusão emocional

Muitas crianças acreditam ser responsáveis pelo afastamento do outro genitor, sentindo culpa por querer manter contato ou amor por quem o alienador rejeita. Essa confusão emocional gera sofrimento psíquico intenso.


🗣️ 3. Distorção da realidade

Com o tempo, o discurso do genitor alienador é internalizado como verdade. A criança passa a rejeitar o outro genitor sem compreender o motivo real, reproduzindo falas e sentimentos que não são seus.


💬 4. Comprometimento do vínculo afetivo

O vínculo com o genitor afastado é fragilizado ou rompido, gerando lacunas emocionais que podem se estender pela vida adulta, dificultando a construção de relações saudáveis.


😔 5. Problemas emocionais e sociais a longo prazo

Adultos que foram vítimas de alienação parental na infância podem apresentar dificuldades em confiar, lidar com perdas e estabelecer limites, além de apresentarem baixa autoestima, depressão e insegurança emocional.


O olhar da Psicologia Jurídica

A Psicologia Jurídica é essencial para compreender as sutilezas e impactos emocionais da alienação parental. Nos processos judiciais, o psicólogo jurídico busca traduzir em termos técnicos aquilo que a criança sente, mas não consegue expressar.


Durante o estudo psicossocial, o profissional analisa:

  • A qualidade dos vínculos parentais;

  • A presença de discursos repetitivos ou contraditórios;

  • Os sinais de medo, rejeição ou manipulação emocional;

  • E os efeitos que o conflito causa no comportamento e na identidade da criança.


O resultado é apresentado em um laudo técnico psicológico, que auxilia o juiz a compreender a dimensão emocional da alienação e a adotar medidas protetivas adequadas.


A importância de proteger a criança do conflito

Proteger a criança da alienação parental é preservar seu direito de amar livremente e de manter vínculos afetivos com ambos os genitores. O afastamento injustificado, a manipulação emocional e o uso da criança como instrumento de disputa violam seu desenvolvimento psíquico e emocional.


Por isso, a atuação técnica é indispensável para:

  • Identificar precocemente os sinais de alienação;

  • Restabelecer o convívio saudável entre a criança e o genitor afastado;

  • Oferecer apoio psicológico às famílias;

  • E promover decisões judiciais mais humanas e protetivas.


O papel da Assistente Técnica em casos de alienação parental

Em processos que envolvem suspeita ou alegação de alienação parental, as partes podem contar com uma Assistente Técnica em Psicologia Jurídica, que atua de forma independente e técnica.


A Assistente Técnica:

  • Analisa o laudo psicossocial elaborado pelo perito judicial;

  • Elabora um parecer técnico psicológico, apontando observações ou divergências relevantes;

  • Formula quesitos técnicos para aprofundar a análise da dinâmica familiar;

  • E oferece suporte especializado a advogados e partes na condução do caso.


Sua atuação garante o contraditório técnico, assegurando que o processo seja avaliado de forma ética, científica e sensível à subjetividade da criança.


Conclusão: o amor não deve ser dividido

A alienação parental é uma ferida invisível que atinge a infância e reverbera ao longo da vida. Quando uma criança é levada a rejeitar um dos pais, ela perde uma parte essencial de si mesma.


Por isso, é dever de todos — família, Justiça e profissionais da Psicologia — proteger o direito da criança de viver o amor sem manipulações ou rupturas forçadas.

Com o apoio da Psicologia Jurídica e de uma Assistente Técnica especializada, é possível reconstruir vínculos, restaurar a confiança e devolver à criança o direito de amar em liberdade.


💬 Entre em contato e saiba como posso contribuir com o seu caso por meio da Assistência Técnica em Psicologia Jurídica.


📍 Sobre a autora

Sou Camila Silva Santana, Psicóloga Jurídica – CRP 03/25621, atuante nas Varas de Família, Interdição e Infância e Juventude do Tribunal de Justiça da Bahia. Com mais de 700 processos analisados, experiência em Perícia Psicológica e Assistência Técnica, e formação em Escuta Especializada (Lei nº 13.431/2017), dedico minha atuação a promover uma Justiça mais humana, técnica e sensível.


📞 WhatsApp: 71 98718-1480

 
 
 

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Camila Silva Santana Psicóloga Jurídica
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