Guarda compartilhada: o que significa e como o olhar psicológico contribui nas decisões judiciais
- Camila S Santana
- 10 de out.
- 3 min de leitura
Atualizado: 25 de out.
O que é a guarda compartilhada?
A guarda compartilhada é o modelo de guarda em que ambos os pais participam ativamente da criação, educação e decisões sobre a vida dos filhos, mesmo após o fim do relacionamento conjugal. Ela foi instituída como regra pela Lei nº 13.058/2014, que alterou o Código Civil, reforçando a ideia de que a separação dos pais não deve romper o vínculo de cuidado e afeto com os filhos.
Na prática, a guarda compartilhada não significa que a criança vai “morar metade do tempo com cada genitor”, mas que as responsabilidades parentais são exercidas em conjunto, promovendo equilíbrio e continuidade nas relações familiares.
Por que a guarda compartilhada é a preferida pela Justiça
A guarda compartilhada é considerada a forma mais saudável de exercício da parentalidade após a separação, pois preserva o direito da criança à convivência com ambos os pais.
O objetivo é garantir:
🧒 Estabilidade emocional e afetiva;
🤝 Participação equilibrada dos pais nas decisões importantes (educação, saúde, lazer, valores);
❤️ Continuidade dos vínculos familiares;
⚖️ Menor risco de alienação parental.
Esse modelo busca o melhor interesse da criança, princípio que orienta todas as decisões judiciais que envolvem filhos menores de idade.
Como é definida a guarda compartilhada
O juiz pode determinar a guarda compartilhada de duas formas:
Por consenso entre os pais, quando há diálogo e maturidade para exercer a parentalidade conjunta;
Por determinação judicial, mesmo quando há conflito, desde que o magistrado entenda que isso não trará prejuízo à criança.
Para chegar à decisão, o juiz costuma solicitar um estudo psicossocial, realizado por psicólogos jurídicos, a fim de avaliar:
O vínculo afetivo entre a criança e cada genitor;
As condições emocionais e familiares de ambos;
A rotina, a convivência e o cuidado cotidiano;
A comunicação e a cooperação entre os pais.
Esse estudo resulta em um laudo técnico psicológico e social, que serve como prova para orientar a decisão judicial.
O papel do olhar psicológico nas decisões sobre guarda
O olhar psicológico é essencial nos processos de guarda, pois permite compreender além dos fatos jurídicos, identificando as necessidades emocionais e os vínculos afetivos da criança.
Enquanto o Direito se baseia em normas, a Psicologia traz a leitura da subjetividade, ajudando o juiz a decidir com mais sensibilidade e precisão.
Durante a avaliação, o psicólogo jurídico observa:
O grau de envolvimento e responsabilidade de cada genitor;
A qualidade da comunicação e da cooperação parental;
A capacidade de cada um em promover o bem-estar da criança;
E o impacto emocional do conflito sobre o desenvolvimento infantil.
Essas informações são traduzidas em análises técnicas e respostas aos quesitos judiciais, contribuindo para decisões equilibradas e fundamentadas.
A importância da Assistente Técnica em casos de guarda
Nos processos de família, cada parte pode contratar uma Assistente Técnica em Psicologia Jurídica, que atua de forma independente e técnica, representando os interesses da parte que a contratou.
A Assistente Técnica:
Analisa o laudo psicossocial oficial;
Elabora parecer técnico psicológico, apontando concordâncias, divergências ou omissões;
Formula quesitos complementares ao perito judicial;
Oferece suporte técnico aos advogados;
Garante o contraditório técnico, previsto no Código de Processo Civil.
Essa atuação é decisiva para assegurar que todos os aspectos psicológicos e emocionais do caso sejam devidamente considerados na sentença.
Conclusão: um modelo de guarda baseado no diálogo e no afeto
A guarda compartilhada é muito mais do que uma divisão de responsabilidades — é um modelo de coparentalidade responsável, que prioriza o bem-estar e o desenvolvimento saudável da criança.
Com o apoio do olhar psicológico e da atuação de profissionais especializados, a Justiça pode compreender melhor as emoções e necessidades envolvidas, construindo decisões mais humanas, equilibradas e justas.
💬 Entre em contato e saiba como posso contribuir com o seu caso por meio da Assistência Técnica em Psicologia Jurídica.
📍 Sobre a autora
Sou Camila Silva Santana, Psicóloga Jurídica – CRP 03/25621, atuante nas Varas de Família, Interdição e Infância e Juventude do Tribunal de Justiça da Bahia. Com mais de 700 processos analisados, experiência em Perícia Psicológica e Assistência Técnica, e formação em Escuta Especializada (Lei nº 13.431/2017), dedico minha atuação a promover uma Justiça mais humana, técnica e sensível.
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